Mudas pré-brotadas de cana-de-açúcar: custos baixos e muitos benefícios.

As primeiras mudas da cana-de-açúcar chegaram no Brasil em 1532, com os colonizadores portugueses. O sucesso da adaptação foi tão grande, que a cultura se tornou o produto de exportação do momento. Entretanto, mais de 500 anos depois, a maioria dos canaviais ainda é cultivada “da mesma forma” como se plantava antigamente.

As primeiras mudas da cana-de-açúcar chegaram no Brasil em 1532, com os colonizadores portugueses. O sucesso da adaptação foi tão grande, que a cultura se tornou o produto de exportação do momento. Entretanto, mais de 500 anos depois, a grande maioria dos canaviais ainda é cultivada “da mesma forma” como se plantava antigamente. É o que explica Cleber Muniz, que é instrutor credenciado do Senar-MT.

Ele lembra que o Brasil produz atualmente, cerca de 615,8 milhões de toneladas de cana (Conab). São quase 200 milhões de toneladas a mais que há 15 anos. Porém, o que chama atenção é que esse avanço foi motivado principalmente pela expansão da área plantada. É que o incremento de produtividade ao longo dos últimos 15 anos foi muito pequeno: apenas 2,1%.

Mudar esse cenário é um dos desafios para quem atua na atividade canavieira. O assunto foi tema do Bom Dia Senar-MT desta quarta-feira (13). De acordo com Muniz, uma das mudanças que vão permitir a melhora do desempenho dos canaviais está justamente no modelo do plantio. Entre os mais comuns estão o que é feito com o uso da “cana inteira”, e o que utiliza “cana picada”.

O modelo mais “revolucionário e promissor” no entanto, aposta no uso de mudas pré-brotadas (MPB). Nesse sistema, as mudas são produzidas em viveiros, geradas a partir das gemas de colmos de cana. A técnica tem como objetivo produzir a cana a partir de mudas clonadas de alta qualidade, livres de doenças e pragas, o que garante taxa de multiplicação muito maior que a do plantio tradicional. E ao contrário do que se imagina, a tecnologia oferece um baixo custo de produção.

Para se ter uma ideia, para cultivar um hectare de cana-de-açúcar no modelo convencional, são necessários cerca de R$ 7.300,00. Já o cultivo com “MPB”, o produtor teria que investir algo em torno de R$ 6.000,00 por hectare.

Além da redução do custo, o sistema oferece outras vantagens como a redução das falhas de plantio, a menor compactação do solo (já que as máquinas usadas são menores e mais leves) e o aumento considerável da produtividade – podendo saltar 40% segundo o Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Outra vantagem está na redução da quantidade de “cana” que é necessária para o cultivo. Enquanto o plantio convencional requer cerca de vinte toneladas de cana por hectare, no MPB são necessárias apenas duas. A maior longevidade do canavial também é uma diferença importante. Enquanto as lavouras plantadas no sistema convencional têm cerca de 5 anos de “vida útil”, àquelas cultivadas a partir de mudas pré-brotadas podem chegar a até 8 anos de aproveitamento.

Fonte: www.canalrural.com.br